• Uso de instrumentos/programas de apoio financeiro, de preferência sob a forma de subsídios à produção de reciclados; • Implementação de mecanismos/instrumentos que incentivem a utilização dos produtos reciclados, nomeadamente através da adoção de benefícios fiscais sobre os produtos que incorporem material reciclado e a obrigatoriedade de incorporação de percentagens mínimas de materiais reciclados nos cadernos de encargos das compras públicas; • Promover o ajuste dos valores-base de licitação dos diversos concursos promovidos pelas três entidades gestoras do SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens) para a compra de resí- duos, de modo a estarem alinhados com os valores de mercado, algo que não se tem verificado; • Autorizar a deposição dos “refugos” da reciclagem nos aterros de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), observando-se o respetivo tarifário para resíduos de origem urbana. A deposição em aterro dos refu- gos de resíduos urbanos continua a ser “tributada” à entrada dos aterros como qualquer outro resíduo industrial, constituindo-se como o principal obstá- culo económico à atividade de reciclagem. Mais do que nunca, é necessário sensibilizar o consumidor para a reciclagem Embora ainda não se conheçam os dados mais recen- tes das quantidades de resíduos (embalagens) de plástico encaminhados para reciclagem durante os meses de confinamento, é muito provável que tenham diminuído, pelo efeito direto da contração da econo- mia – por norma a produção de resíduos acompanha o crescimento económico. Por outro lado, é igual- mente expectável que os hábitos de separação dos resíduos por parte dos consumidores tenham também eles sofrido oscilações momentâneas no decorrer deste período pandémico, período no qual foram definidas, pela tutela, orientações e recomendações específicas para a gestão eficaz e eficiente dos resí- duos produzidos. Independentemente da confirmação destes qua- dros, é imperioso manter a aposta em campanhas de comunicação enquanto veículo fundamental para a sensibilização dos consumidores, com vista à mudança continua de consciências e comportamentos para a adoção das melhores práticas de separação e deposição seletiva de resíduos. No mesmo nível de prioridades deverá estar o investimento nos meios que são colocados à disposição destes, principalmente num momento em que há uma necessidade crescente do uso de produtos de utilização única, como garantia da segurança alimentar e da saúde pública, agora que todos vivemos num novo normal. Só assim podemos obter um evidente crescimento na separação de resíduos por parte da população e consequentemente um aumento da eficiência da reci- clagem dos resíduos de plástico, preservando não só os recursos, numa economia que se pretende cada vez mais circular, mas acima de tudo protegendo o Ambiente, que é de todos e todos temos o dever de cuidar. • CONJUNTURA 25