RECICLAGEM Cerca de 150 participantes do setor, de 22 países, aproveitaram a possibilidade para trocar ideias a nível internacional sobre as experiências e os desenvolvimentos na reciclagem de plásticos e para promover a sua rede. Fotografia: Rigk. do design tendo em vista a reciclagem e a utilização de materiais reciclados. Além disso, foram apresentadas novas tecnologias de máquinas e inovações na reciclagem química. No bloco final, apre- sentaram-se projetos internacionais para a recolha e a reciclagem de plásticos agrícolas, como por exemplo em Espanha, Itália, Chile, Irlanda ou Nova Zelândia. Jan Bauer está convencido: “Uma economia circular eficaz depende da utilização de materiais reciclados em aplicações de alta qua- lidade. Para isso, precisamos de um design que tenha em vista a reciclagem, bem como a aceitação pelos consumidores. O modelo comercial só poderá ter êxito se se conseguir que os materiais reci- clados circulem no sistema”. Andreas Malmberg, CEO da Trioplast, demonstrou como é possível conseguir uma recirculação no caso de películas de PE e quais são os desafios. “Até 2025, 50% do plástico utilizado na UE deve ser reciclado mecanicamente. Isto apresenta um desafio às empresas transformadoras, visto que quanto mais alta for a percentagem de materiais reciclados no produto, mais complexo será o processo de tratamento e mais elevada será a taxa de rejeição.” Em várias ocasiões, durante o fórum, tornou-se evidente o quão importante é o design dos produtos para uma ampla utilização de materiais reciclados. Já que "...no fim de contas, o desperdício é apenas o resultado de um design imperfeito", comenta Andreas Bastian, sócio fundador da empresa emergente Plastship. O presidente da associação europeia de empresas de reciclagem PRE, Tom Emans, resume o desenvolvimento da série de eventos da seguinte forma: “Os primeiros fóruns de reciclagem centraram-se principalmente na reciclagem. Agora ampliamos o foco e falamos de economia circular. A nova regulamentação já transformou o negócio. Anteriormente, os produtos de plástico eram reciclados quando atingiam o final do seu ciclo de vida útil e, depois, procura- vam-se aplicações para o material. É possível prever que, no futuro, exigir-se-ão determinados conteúdos de materiais reciclados para muitos produtos. Neste contexto, também os fabricantes de lâmi- nas agrícolas se comprometeram voluntariamente com a recolha e a reciclagem, embora, com 3%, o setor agrícola só represente uma pequena parte do consumo total de plásticos”. 57 Em várias ocasiões, durante o fórum, tornou-se evidente o quão importante é o design dos produtos para uma ampla utilização de materiais reciclados Emans recomenda um enfoque holístico: “Devemos ter em conta toda a cadeia, desde a produção, a utilização e a eliminação, até à reciclagem e à utilização em produtos novos. Nos anos anteriores, o setor estava empenhado numa elevada sustentabilidade. Agora revela-se essencial pôr em prática o conceito da economia circular. A UE entendeu isto e deu os primeiros passos com a sua ‘Plastics Strategy’. Um produto deve ser reciclável após a sua utilização, para ser possível fabricar novos produtos de alta qualidade a partir do mesmo”. Clemens Kitzberger, business development Manager Post Consumer Recycling da Erema, realçou que no evento se reúnem representantes de toda a cadeia de valor. “Isto é extremamente importante, visto que atualmente os protagonistas têm de cooperar cada vez mais estreitamente". Peter Sundt instou as associações a desempenharem o seu papel na evolução da economia circular e a aproveitem as oportunidades deste desenvolvimento. “A UE deu-nos uma última oportunidade. A parte boa é que em Bruxelas reconhece-se, definitivamente, o potencial da indústria dos plásticos. A reciclagem diz-nos respeito a todos. E, consequentemente, também nós, Epro, estamos com- prometidos.” •