FABRICAÇÃO ADITIVA 64 venderemos o ficheiro digital para que o possa fabricar com uma impressora 3D. Isto tem repercussões como: "Se eu vender o calçado desportivo (em arquivo digital), nunca mais vou repetir a venda! O comprador vai poder fabricar o produto quantas vezes quiser. Além disso, também não vou vender entre o seu círculo de família e amigos. É um assunto de direitos de autor de que tanto se fala e para o qual a ‘Blockchain’ pode ter muito a contribuir, uma vez que, na sua essência, fala da venda de originais e não de cópias. Por enquanto, a primeira abordagem é fazer com que o produto seja fabricado num centro de fabricação aditiva profissional. Já existem alguns, por exemplo, o 'Global Manufacturing Network' (GMN) liderado pela Stratasys. • Tem todas as vantagens da fabricação aditiva (3D). • Qualquer geometria é possível. Liberdade absoluta em termos de design, as melhorias de design não acarretam custos. • Produção com custos diretos, só gasta quando já vendeu. • É possível produzir desde uma a muitas unidades e todas personalizadas. • Sem custos ocultos ou tempos de espera na produção. • Nos círculos de I&D já se fala de impressão 4D: na essência, significa que a unidade de material que compõe a peça terá informação. Atualmente já está disponível em termos de cor, flexibilidade... mas diz-se que incluirá informação que, junto com uma fonte externa de energia, poderá mover-se, autorreparar-se ou, por exemplo, montar-se autonomamente. "As mudanças sempre existiram, a diferença é a velocidade com que chegam". Os passos para uma correta implementação 1. Analisar o catálogo de peças e serviços com critérios económi- cos. Normalmente começa-se pelo com o critério económico, já que esta tecnologia permite uma redução de custos. É neces- sário realizar um estudo de custo do sistema tradicional em comparação com esta nova tecnologia AM, além do tempo de ciclo de fabricação. 2. Analisar a viabilidade de fabrico utilizando a tecnologia AM. Algumas empresas aplicam os seus próprios critérios como a precisão das peças, o ambiente onde a peça estará em termos de resistência química, temperatura ou vibrações, e analisam a sua viabilidade para aplicar a tecnologia AM. À medida que nos aventuramos em possíveis aplicações, abrem-se novos univer- sos de aplicação. 3. Repensar as peças existentes no seu catálogo. Uma vez por dentro das características e benefícios desta tecnologia, ire- mos descobrindo novas aplicações e novas abordagens em soluções, aplicações e diferentes propostas de valor de produ- tos ou serviços. Podemos reduzir o número de componentes, diminuir o peso, bem como jogar com densidades de material na mesma peça. 4. Novo modelo de negócio. Repensar os nossos produtos levar- nos-á a novas soluções e a perceber que seremos capazes de cumprir amplamente com tudo o descrito e aconselhado pela Indústria 4.0. Lembre-se de algumas características deste conceito, como a fábrica inteligente, fabricar o produto perto do nosso consumidor/cliente, com segurança e sem custos ocultos, e produção 'Just in Time' que, no limite, elimina cus- tos de stock e permite a personalização dos nossos produtos. Permitir-nos-á também o ‘coworking’ na sua máxima expres- são, desde o ‘codesign’ até ao ‘comanufacturing’. Um exemplo de ‘comanufacturing’ é o caso de um artista que compôs o seu trabalho com centenas de peças, todas diferentes e numera- das. Ele fez um apelo pela internet para que voluntários de todo o mundo pudessem fabricar voluntariamente uma das peças e, em poucos dias, terminou de montar o seu trabalho. Temos de pensar em novas propostas de valor e novos modelos de negócio. • Novos concorrentes com novas propostas de valor enfrentam os líderes do setor.