INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS EM PORTUGAL mercado. Já no que diz respeito aos transformadores, temos visto muitas fábricas realizarem grandes investimentos em modernização, apostando em máquinas energeticamente eficientes, em robótica colaborativa, etc., reduzindo assim os custos fixos, fator essencial para fazer face a uma possível redução de encomendas”, referiu. Por outro lado, a tendência é para uma diminuição no número de anos de atividade dos equipamentos. “Antigamente era normal uma máquina durar 30 anos. Hoje em dia já não se justifica, porque a evolução tecnológica é muito rápida. O próprio cliente já prefere mudar com mais frequência, para aproveitar as novas valências, recorrendo, por exemplo a melhoramentos (upgrades) em equi- pamentos pré-existentes", disse Rui Folhadela, acrescentando que esta é a principal razão para a aposta da empresa neste serviço. Salienta, no entanto, que apenas retomam de equipamentos das marcas que vendem. Representadas apostam na economia circular A K 2019 definiu como tema central a ‘economia circular’. As prin- cipais marcas já anunciaram que vão focar a sua presença na feira neste tema e preparam novidades que pretendem dar resposta ao desafio da reciclagem do plástico. É o caso das representadas da Folhadela Rebelo. A KraussMaffei vai, inclusive, mostrar ao vivo um processo de produção e recuperação de material em círculo fechado. Na opinião de Manuel Folhadela, este é o caminho a seguir: “É necessário passar a informação para o público de que não há material mais amigo do ambiente do que o plástico, desde que seja recuperado. É tudo uma questão de civismo e de se perceber quais são, de facto, os custos, nomeadamente em água, associados à recuperação de cada material. As pessoas não têm noção dos litros de água potável necessários para fazer e reciclar uma embalagem de papel, principalmente se for colorida e ainda mais se tiver uma camada barreira ou uma janela de plástico. Outro exemplo é o da embalagem de vidro: desde a exploração intensiva de areias neces- sárias para a produção, até aos gastos energéticos da reciclagem, estamos a falar de custos ambientais bastante elevados”, disse. O futuro do setor Apesar dos desafios que o setor enfrenta, a Folhadela Rebelo tem uma perspetiva positiva do futuro. “A indústria automóvel está muito saudável e tem tendência para crescer. É um setor que já incorpora muito material reciclado e deverá continuar a aumentar as quantidades de peças plásticas, mais leves, para compensar o peso das baterias dos elétricos”, disse Rui Folhadela. Já no que diz respeito aos objetos do dia a dia, “sem dúvida que haverá um reajustamento que talvez até faça sentido. No entanto, se o cerco ilógico ao plástico apertar, vamos assistir a tempos difíceis. Esperemos que quem tem voz na matéria tenha bom senso e tome decisões lógicas, baseadas em aspetos científicos e não mediáticos. Por outro lado, a própria indústria transformadora de plásticos tem aqui um papel importante: as empresas têm de mos- trar ao público que utilizam materiais recicláveis e que cumprem as normas em vigor. Por último, há que passar para o consumidor a informação de que ele é uma peça chave neste ciclo e que resol- ver o problema da poluição passa por mudar comportamentos”, concluiu. Seis décadas de história A história da Folhadela Rebelo começou há cerca de 60 anos, pelas mãos de Manuel Folhadela (pai), através dos Estabelecimentos J.C. Andrade. Na altura, a empresa começou por ser sub-agente da Reifenhauser. Em 1986, nasce a Folhadela Rebelo, que mantém até hoje uma estrutura familiar. Na carteira de representações, a empresa conta atualmente com alguns dos ‘pesos pesados’ mundiais da área das máquinas de transformação de plásticos: Reifenhauser (extrusão de filme), KraussMaffei (injeção), Illig (termoformagem), Rep (transformação de borracha), Lemo (produção de embalagens flexíveis) e Weber (extrusão de perfis). Mais recentemente, graças ao acordo estabelecido com a empresa espanhola Coscollola, a Folhadela Rebelo acrescentou ao seu leque de ofertas, em exclusividade e com assistência téc- nica garantida, os periféricos da Frigel (chillers) e da Regloplas (controladores de temperatura). O portfólio da empresa é com- pletado por uma ampla gama de aparelhos de controlo de canais quentes para moldes. • 41 A Reifenhauser é a mais antiga representada da Folhadela Rebelo e, tal como esta, também é uma empresa familiar.