editorial A caminho de Düsseldorf... e de um futuro sem resíduos 5 Durante a conferência de imprensa de apresentação da feira K 2019, que decorreu em Düsseldorf, no final de junho, Markus Steilmann, da empresa Covestro, surpreendeu a plateia (constituída por jornalistas de plásticos de todo o mundo) com uma pergunta inesperada: “Como é que a indústria de plásticos pode falar de sustentabilidade sem corar?”. A questão, ainda que não tenha passado de um ‘quebra-gelo’, gerou um burburinho na sala. De facto, que ações concretas está o setor a desenvolver para fazer a sua parte na criação de um futuro sem resíduos? Bem, nos últimos meses, a maior parte das notícias que chegaram à nossa redação sobre a K 2019 referem lançamentos relacionados com a reciclabilidade dos materiais, e a própria feira definiu como tema central ‘a economia circular’. Este número da InterPLAST reflete isso mesmo. Na secção dedicada ao certame, contamos-lhe o que esperar da edição deste ano daquele que é o maior acontecimento do setor a nível mundial e damos-lhe ‘um cheirinho’ das novidades que as principais marcas vão apresentar. Todas elas, claro, relacionadas com o assunto do momento. Desde novos processos de reciclagem química que transformam plásticos mistos ou contaminados em matéria-prima que pode ser usada, inclusive, em contacto com alimentos, até novos equipamentos desenhados para utilizarem menos matéria-prima, todos estão a trabalhar para transformar a economia circular dos materiais plásticos numa realidade. A indústria mostra que está empenhada em fazer a sua parte. É importante que os restantes agentes, desde a classe política ao consumidor, façam também a sua. Boa leitura e.... Vemo-nos em Düsseldorf! Os números da indústria europeia de plásticos De acordo com os números do Eurostat recolhidos pela PlasticsEurope, a indústria de plásticos da UE-28 alcançou em 2017 um volume de negócios de quase 350 mil milhões de euros. Com 1,5 milhões de empregados distribuídos por cerca de 60.000 empresas, na sua maioria PMEs, este setor contribuiu com 17 mil milhões de euros para o excedente comercial da UE. Os destinos mais importantes, de fora da UE, para as exportações de matérias-primas de plástico foram, por ordem decrescente, a Turquia, os EUA, a China, a Rússia e a Suíça. Já no caso dos produtos acabados, a ordem altera-se: EUA, Suíça, China, Rússia e Turquia. As principais fontes de importações, de fora da UE, foram os EUA, a Coreia do Sul, a Arábia Saudita, a Suíça e o Japão para as matérias-primas, e a China, os EUA, a Suíça, a Turquia e a Coreia do Sul para os produtos acabados. De acordo com a PlasticsEurope, em 2017 a indústria da embalagem consumiu a maior parte do plástico na Europa (39,7%). A construção ficou em segundo lugar com uma quota de 19,8%, a indústria automóvel em terceiro com 10,1%, seguida da elétrica e eletrónica com 6,2%, depois dos bens de consumo, artigos domésticos e artigos desportivos com 4,1% e da agricultura com 3,4%. O consumo de todos os outros setores, como a indústria do mobiliário, a indústria geral, a medicina e os fabricantes de eletrodomésticos atingiu 16,7%. Os maiores consumidores de plásticos na Europa continuam a ser a Alemanha (24,6%), Itália (14%), França (9,6%), Espanha (7,7%), Grã-Bretanha (7,3%) e Polónia (6,5%). De acordo com as previsões do Eurostat, em 2018 a produção da indústria europeia de plásticos terá registado uma diminuição de 1,5%, mas estima-se que, em 2019, esse indicador volte a subir 0,5% em relação ao ano anterior. 02