ROBÓTICA Os robôs colaborativos têm um papel importante nesta fase, pois podem trabalhar a uma distância muito curta do operador, sem qualquer risco de infeção para 8 mil milhões de euros. As vendas de robótica caí- ram 2%, para 4 mil milhões de euros. A visão artificial, por outro lado, registou um ligeiro incremento: as ven- das na indústria aumentaram 1%, para 2,8 mil milhões de euros. Novas aplicações Como resultado da pandemia de Covid-19, a robótica e a automação enfrentam novos desafios: em todo o mundo, empresas de diversos setores trabalham arduamente para fornecer soluções de luta contra o coronavírus. Várias fábricas instalaram, em tempo recorde, linhas de produção altamente flexíveis para o fabrico em massa de máscaras respiratórias e equipamentos de laboratório. O desenvolvimento de vacinas e os testes em massa estão a beneficiar dos avanços na automatização laboratorial. Nos hos- pitais, existem cada vez mais robôs a fazer trabalhos de desinfeção. Até os robôs de comunicação estão a dar o seu contributo, proporcionando ‘visitas vir- tuais’ dos familiares aos utentes de lares de idosos. “A robótica e a automação responderam ao desafio do coronavírus com grande empenho e criatividade e demonstraram de forma impressionante a flexi- bilidade com que a tecnologia pode ser utilizada”, afirma Patrick Schwarzkopf, CEO da VDMA Robotics + Automation. A imunidade dos robôs As novas normas de proteção contra infeções exigem distâncias mínimas entre as pessoas, inclusive em ambiente fabril. É aqui que os robôs ou a automati- zação de processos têm um papel fundamental. Em particular, os robôs colaborativos (cobots) que tra- balham diretamente com humanos, podem ser uma grande ajuda, já que podem estar a uma distância muito curta do operador, sem qualquer risco de infe- ção. A robótica contribui assim para uma produção segura e flexível. Wilfried Eberhardt, presidente da VDMA R + A. Outra área em que a robótica está a ser cada vez mais utilizada é na logística. Principalmente graças ao aumento das compras online. O impulso que faltava para a digitalização da indústria A pandemia de coronavírus irá revelar-se um ver- dadeiro acelerador da digitalização. Tal como no ambiente de escritório, as novas tecnologias devem ser introduzidas rapidamente na produção, por exemplo, para manutenção remota e arranque virtual de sistemas complexos. “Os serviços digitais, que já estavam disponíveis antes da pandemia, tornaram-se subitamente indispensáveis. Isto faz avançar a fábrica inteligente e dá à robótica e à automação um incen- tivo importante para o crescimento a longo prazo”, diz Wilfried Eberhardt. Novo potencial pós-pandemia A crise do coronavírus evidenciou a vulnerabilidade das cadeias de valor da produção industrial, a nível global. A perceção de que é necessária mais resiliência abre novos potenciais para a robótica e automação. As cadeias de abastecimento estão a ser repensadas e o fabrico de peças e produtos críticos tornar-se-á mais local, com uma maior proporção de componentes produzidos internamente. Economicamente, isto só é possível com um elevado grau de automatização de processos. São também necessárias novas tecnologias de produção para alcançar níveis mais elevados de sustentabilidade, neutralidade carbónica e meios de transporte de mercadorias alternativos. Todos estes fatores irão alimentar a procura de robótica e automa- ção na era pós-Covid e, por conseguinte, oferecer à indústria excelentes perspetivas para o futuro. • 27