A GE usou a impressão 3D para redesenhar o bocal do motor de reação LEAP. A nova peça, inserida na secção perfurada do anel, à direita, é mais leve, mais durável e mais rentável que a sua antecessora. Foto: GE Aviation. Gémeos digitais Um gémeo digital proporciona uma visão holística das capacidades de um ativo, ajudando a orquestrar, manipular ou programar deter- minados aspetos de um dispositivo industrial de Internet. Na impressão 3D, a análise avançada de um gémeo digital permitirá às organizações fechar o círculo entre um plano de produção digital e o seu desempenho real. Por exemplo, o software MindSphere da Siemens questiona um banco de dados de Internet industrial para retroalimentar a informação sobre o gémeo digital de um processo de fusão multi-jet, o que permite a uma organização resolver problemas que acontecem antes e depois da impressão, com o equi- pamento, o fluxo de materiais e o desempenho dos trabalhadores. Vantagens do design A impressão 3D tem o potencial de eliminar muitas das limita- ções do processo de fabrico tradicional. Libertos das restrições de fabrico tradicionais, os designers poderão criar geometrias que atinjam melhor o desempenho desejado e satisfaçam as necessida- des dos clientes. A GE aproveitou esta liberdade para redesenhar o bocal do motor de reação LEAP, com 18 componentes separados, numa única peça. A peça original, do tamanho de uma noz, tinha uma geome- tria interna extremamente complexa, quase impossível de fabricar por meios convencionais. Graças à impressão 3D, a GE conseguiu fabricar uma peça única, com 14 elaborados circuitos internos para a passagem de fluídos, muito mais leve, durável e rentável que a original. A aplicação da ciência O processo de impressão 3D está a abrir novas possibilidades nou- tras áreas científicas. Recentemente, foi criado nos Estados Unidos um modelo impresso em 3D de um saco de ar que imita os pulmões e que apresentava vias respiratórias funcionais capazes de fornecer oxigénio aos vasos sanguíneos circundantes. A abordagem utilizada neste projeto poderia abrir a possibilidade de criação de um novo meio de bioimpressão de órgãos humanos para transplante. Parcerias A necessidade de compreender melhor o mundo da automatização industrial e dos materiais está a impulsionar diversas parcerias. A HP, por exemplo, pretende aprender com a experiência em automa- 35 FABRICAÇÃO ADITIVA tização industrial da Siemens e com a especialização em materiais de impressão 3D da BASF. Está também a trabalhar em estreita colaboração com a GKN no mesmo campo dos materiais. Outras alianças incluem a Stratasys com a Solvay, a BASF com a Impossible Objects e a empresa química francesa Arkema com a Carbon. Aplicações especializadas A Ásia é um mercado de rápido crescimento para a impressão 3D. A empresa de impressão em 3D Materialise está a ajudar as organi- zações de fabrico em Ulsan, Coreia do Sul, a desenvolver aplicações através de projetos de cocriação. Entretanto, a multinacional alemã Thyssenkrupp argumentou que a indústria da impressão em 3D poderia gerar um valor incremental de 100.000 milhões de dólares em 2025 para a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Mais materiais A impressão 3D já não está limitada à criação de protótipos e é cada vez mais utilizada para o fabrico de peças em larga escala. Esta mudança de paradigma tem vindo a impulsionar o desenvolvimento de novos materiais, não só metálicos, mas também poliméricos. Automatização e software À medida que as organizações começam a integrar a impressão 3D nas suas opções de produção, surge a necessidade de melhorar a produtividade, o que significa uma maior automatização das tare- fas. O software será fundamental para o conseguir e a incorporação da simulação no fluxo de trabalho da impressão 3D pode ajudar a reduzir os elementos de custo, como os consumíveis e o tempo da máquina. A simulação do processo de impressão 3D pode facilitar aos operadores de produção a deteção de possíveis erros antes que a construção seja iniciada. Interoperável, não proprietário Este ponto reflete um dos argumentos constantes na indústria de TI: a necessidade de uma maior interoperabilidade e de soluções tecnologicamente neutras, em vez de soluções proprietárias. Existe o argumento de que, se a indústria da impressão em 3D pensar seriamente na ideia de conseguir que os fabricantes industriais vejam a impressão em 3D como uma tecnologia de fabrico válida para os produtos finais, então atar as mãos da indústria e confiná-la a soluções patenteadas que limitem a flexibilidade e as possibilida- des de escolha pode não ser a melhor maneira de o fazer. •