MÁQUINAS-FERRAMENTAS Criar uma conexão e fornecer uma linguagem uniforme para máquinas, sistemas e software são pré-requisitos essenciais para colher os benefícios da digitalização na produção. O facto de as empresas já não terem de se preocupar com o bom fun- cionamento da interligação das redes representa um grande passo em frente. Aceitação internacional A ‘umati’ já ganhou a admiração da comunidade metalomecânica internacional. Três consórcios internacionais dos principais paí- ses fabricantes de máquinas-ferramentas aderiram à interface: ProdNet da Suíça, Edgecross do Japão e NCLink da China. Além disso, o projeto conta com o apoio das associações de máquinas- -ferramentas da China, Reino Unido, Itália, Holanda, Áustria, Suíça, Espanha e Taiwan, bem como da associação europeia de máquinas- -ferramentas Cecimo. “A escolha do standard OPC UA como base para o desenvolvi- mento da interface incentiva a difusão internacional e permite a utilização gratuita da ‘umati’ em todo o mundo”, explicou Prokop. Noventa empresas estão a contribuir para o trabalho de normali- zação que o ‘Joint Working Group’ está a desenvolver em conjunto com a Fundação OPC. O lançamento da versão 1.0 da ‘Companion Specification’ está previsto para meados do próximo ano, e será o próximo grande passo para o estabelecimento da ‘umati’. A eficiência da ‘umati’ foi demonstrada ao vivo na EMO A demonstração feita durante a EMO 2019 mostrou que a ‘umati’ já está em funcionamento. Cada máquina ligada à interface tinha um servidor OPC UA que enviava os dados para um centro de dados especialmente configurado para a feira. Neste centro, os serviços de software de valor acrescentado podiam aceder aos dados via OPC UA e, posteriormente, mostrar o valor acrescentado que podia ser gerado a partir dos dados recolhidos. Um painel de controlo instalado no stand da ‘umati’ mostrava, em direto, a forma como os dados estavam a ser reunidos. O sucesso da ‘umati’ será decidido pelo mercado O sucesso da ‘umati’ dependerá, em última análise, da importância que a indústria dará ao valor acrescentado da interface. Por seu lado, os fabricantes devem fornecer este valor acrescentado de forma fiável. “Para isso, precisamos de parceiros fiáveis que possam fornecer os componentes necessários, como a arquitetura de con- trolo e os componentes de software. E isto só será possível com a estreita colaboração dos fabricantes de controladores e, no futuro, certamente também de vários setores da cadeia de fornecimento”, disse o presidente da VDW. Mas até lá, o grupo de trabalho ‘umati’ ainda tem muito que fazer. A versão 1.0 será o ponto de partida para o lançamento de produtos reais. "No futuro, a marca ‘umati’ deve representar uma promessa: quem quer que compre uma máquina ‘umati’ e tenha um software de interface ‘umati’ deve conseguir que os dados fluam sem dificuldade”, disse Prokop. Para conseguir uma distribuição semelhante à do conector USB no setor dos bens de consumo, a VDW está a trabalhar, para além das especificações complementares, no estabelecimento de uma especificação vinculativa para a configuração dos parâmetros de comunicação, definindo requisitos mínimos para a implementa- ção e desenvolvendo procedimentos de ensaio normalizados para avaliar o desempenho. Outros objetivos incluem o alargamento do alcance global da marca, a definição de condições vinculativas para 27 Durante a visita inaugural da EMO Hannover 2019, o Ministro Federal dos Transportes e Infraestruturas Digitais Alemão, Andreas Scheuer, falou sobre a nova interface universal de máquinas-ferramentas. a sua utilização e o estabelecimento de uma estrutura organiza- cional viável. “A versão 2.0 já está no horizonte porque há muitos aspetos que ainda não foram abordados, como a gestão de ordens de fabrico nas máquinas ou a gestão de ferramentas”, conclui o pre- sidente da VDW. • Antecedentes da ‘umati’ A ‘umati’ – interface universal para máquinas-fer- ramentas é uma iniciativa da VDW. Foi criada em 2017 pelas empresas Chiron, DMG Mori, Emag, Grob, Heller, Liebherr-Verzahntechnik, Trumpf e United Grinding. O objetivo é alcançar um stan- dard aberto para o intercâmbio de dados baseado no standard de interoperabilidade global OPC UA. Define igualmente todas as condições de enquadramento necessárias para assegurar uma integração perfeita e segura das máquinas e do software dos clientes. O objetivo final da marca ‘umati’ é proporcionar visibilidade internacional e apoiar os esforços de marketing e de garantia de qualidade dos seus parceiros. As atividades de padronização do ‘Joint Working Group’, desen- volvidas em conjunto com a Fundação OPC, são atualmente seguidas por cerca de 100 empresas de todo o mundo. Acompanhe também este pro- jeto através do site www.umati.info.