uma visão prática das diferentes tecnologias de produção e reco- mendam uma abordagem holística. Os visitantes da EMO Hannover 2019 encontrarão na feira a informação necessária para ajudá-los a encontrar a tecnologia certa para cada aplicação. Por outro lado, há mais de vinte anos, alguns especialistas previ- ram um futuro promissor para a maquinação a seco e para a MQL. Afinal, em que áreas foram adotados estes processos? Fresagem de engrenagens, agora exclusivamente a seco “As vantagens da MQL sobre a maquinação húmida estão na redução dos custos do fluido de refrigeração e na eliminação de aditivos químicos presentes nos lubrificantes. Simultaneamente, é um processo com menos efeitos adversos para a saúde dos ope- rários”, diz o Dr. Hartmuth Müller, chefe de Tecnologia e Inovação da Klingelnberg GmbH. A empresa suíça de engenharia mecânica emprega cerca de 1.300 pessoas em todo o mundo e é especialista no fabrico de engrenagens cónicas e retas. "O princípio por detrás da MQL baseia-se em lubrificar a zona de contacto ferramenta/peça, através de um aerossol. Se estivermos a falar de ferramentas com refrigeração interna, este é um processo simples. Mas, se se tratar de uma ferramenta com uma geome- tria complicada, como as usadas para o corte de engrenagens, o processo torna-se inviável. É por isso que, na Klingelnberg, conti- nuamos a usar exclusivamente a maquinação a seco nos processos de fresagem. Só recorremos à MQL na maquinação de peças fundi- das para uso em engenharia”. Para fresar engrenagens cónicas é comum utilizarem-se ferramen- tas de corte de barras de carboneto de tungsténio. Por razões económicas, estas ferramentas não são normalmente usadas para a fresagem de engrenagens de dentes retos. Para tal, usam-se habitualmente as fresas para corte a seco PM-HSS. O subsequente acabamento das engrenagens é feito - sempre que possível - por retificação, utilizando óleo como lubrificante de arrefecimento. “Tal como previsto, a maquinação a seco triunfou definitivamente na fabricação de engrenagens”, diz o Dr. Müller. "Graças à evolução dos materiais de corte e dos revestimentos, as velocidades de corte são até cinco vezes maiores do que há 20 anos, com a maquinação húmida. A maquinação a seco não só levou a um aumento conside- rável na produtividade, mas também a uma produção mais limpa. Na EMO 2019, a Klingelnberg apresentará a sua gama de equipa- mentos para a indústria metalomecânica, incluindo as mais recentes máquinas para a produção de engrenagens, centros de medição de precisão para todos os tipos de objetos rotativos simétricos e equi- pamentos para fabricação de componentes de engrenagens de alta precisão, feitos à medida. Processo económico e amigo do ambiente A empresa Hartmetall-Werkzeugfabrik Paul Horn GmbH, de Tübingen, é um dos principais fabricantes europeus de ferramentas. “A MQL substituiu os lubrificantes de refrigeração convencionais em alguns processos de maquinação”, diz o diretor geral Lothar Horn. "O arrefecimento e a lubrificação com uma quantidade mínima de lubrificante oferecem-nos uma série de vantagens, o que levou à sua utilização em muitas operações de maquinação, especialmente na produção em massa. Este tipo de refrigeração reduz os elevados custos de manutenção, preparação e eliminação de lubrificantes de refrigeração convencionais. Além disso, elimina os custos de energia de bombas de alta pressão e de bombas de alimentação necessárias para o retorno do lubrificante à cuba cole- tora. Por outro lado, as autoridades têm vindo a impor requisitos cada vez mais rigorosos no que diz respeito às substâncias perigo- sas que se encontram nos lubrificantes de refrigeração. Apesar das vantagens da MQL que acabei de mencionar, os lubrificantes de arrefecimento convencionais são indispensáveis nas instalações de produção. Muitos processos, como a furação, maquinação de ligas de alta temperatura ou a maquinação interna com altas taxas de remoção de apara, exigem um fornecimento adequado de lubrifi- cante de refrigeração convencional”. Na EMO deste ano, diversas empresas fabricantes de ferramentas irão apresentar as suas solu- ções para torneamento, fresagem, ranhuramento e mandrilagem, bem como as suas gamas de materiais de corte ultraduro e ferra- mentas especiais, etc. Planear corretamente a maquinação a seco “Nas máquinas da empresa Grob, a maquinação a seco ou com quantidade mínima de lubrificação é usada para processos com uma aresta de corte geometricamente definida, como a perfuração, fresagem ou desbaste”, comenta Jochen Nahl, CSO da Grob-Werke GmbH & Co. KG, de Mindel-heim. “Peças de trabalho típicas são, por exemplo, a estrutura de uma carroçaria ou as peças do chassis, o motor de combustão e componentes de transmissão feitos de alumínio ou ferro fundido cinzento, e agora também as carcaças dos turbocompressores, feitas de aço fundido altamente resistente ao calor. A maquinação a húmido ainda faz parte do DNA de mui- tas empresas, mas a proporção de máquinas MQL já subiu para 12% nos últimos anos e continua a aumentar, especialmente para 47 AUTOMÓVEL