AUTOMÓVEL 38 Os veículos elétricos e a sua influência no processamento de chapa metálica É o assunto do momento. Há quem tenha sentimentos mistos em relação ao tema, outros rejeitam-no liminarmente. E, no entanto, a mobilidade elétrica é imparável. Mas como é que a alternativa aos motores a gasolina e a diesel afeta o processamento de chapa metálica? É necessário reinventar este processo, ou podem as técnicas de construção e os processos de fabrico tradicionais ser adaptados aos automóveis elétricos? Nikolaus Fecht, jornalista especialista de Gelsenkirchen (Alemanha) Minimalismo: Em vez de uma carroçaria autoportante, o carro elétrico e.GO é constituído por uma estrutura de perfil de alumínio soldado coberta por peças de plástico. Imagem: Fecht. Como será o automóvel elétrico do futuro? Será acionado por um motor elétrico alimentado por uma célula de com- bustível ou por uma bateria? O motor funcionará sozinho ou em combinação com um motor de combustão interna (híbrido)? O que será mais procurado: um automóvel urbano ou um veículo de longa distância com uma rede de carregamento dispendiosa? Não há dúvida de que a mobilidade elétrica é um dos desafios mais empolgantes para a indústria automóvel dos últimos anos. No estudo da VDMA de 2018 “Drivers are changing”, a FEV Consulting GmbH analisou em detalhe o impacto que a eletrifica- ção dos sistemas de condução de veículos teria na Europa, EUA e China. A FEV prevê que as vendas de motores de combustão interna (incluindo motores híbridos) diminuam 10%, entre 2016 e 2030, no setor dos automóveis ligeiros de passageiros. No entanto, isto significa também que os veículos clássicos com motor de com- bustão continuarão a dominar, embora pelo menos um em cada cinco veículos nos três principais mercados analisados (estudo: 22%) seja alimentado por um motor elétrico. A empresa Vela Performance GmbH, de Berlim, compreende muito bem este impacto na construção de veículos porque, como fornece- dora de serviços de engenharia, desenvolve carros desportivos para corridas automobilísticas. E, também aqui se verifica uma tendência para a mobilidade elétrica. Para enfrentar os desafios colocados por esta mudança, o diretor geral da empresa, Andreas Puschel, opta por uma abordagem integrada, uma vez que “uma mudança no trem de força atravessa todo o veículo como uma corrente”. O peso da bateria, por exemplo, obriga o projetista a encontrar soluções leves para reduzir o peso de um veículo com motor de combustão interna e para torná-lo mais eficiente em todos os aspetos, a fim de econo- mizar custos em comparação com os carros elétricos padrão.