Indispensáveis, apesar dos transtornos que causam, estão na origem dos confortáveis serviços que proporcionam ao nosso quotidiano, abastecimento de água, eletricidade, comunicações, gás, esgotos etc., no uso do subsolo ou na reparação vias, de drenagens. Nas obras de infraestruturas, a abertura de valas para a instalação das tubagens e as escavações são das principais atividades construtivas, mas que envolvem condições particulares de risco. Nos cenários urbanos, os impactos causados mudam muitas vezes a paisagem, condicionam a mobilidade de quem pre- cisa de transitar a pé, ou por qualquer meio de transporte, mas também produzem constrangimentos ao nível da qua- lidade de vida, pelo ruído das máquinas, poeiras libertadas, instabilidade dos terrenos, e outros riscos por interligação com outras infraestruturas existentes. De uma forma simples e redutora, podemos considerar uma vala como uma escavação cuja profundidade excede (é maior) a largura. 1. Que riscos associados a valas? Se a execução na via pública, ou em locais de passagem, constitui um risco para terceiros, peões, viaturas e edifícios ou construções adjacentes de todo o tipo, trabalhar em valas e escavações é também um risco para os trabalhadores que operam no seu interior e para os que estão na superfície. Deste modo assume primordial importância para a exe- cução, detetar e mapear previamente as infraestruturas enterradas que porventura existam, metálicas ou não, como tubagens, condutas, cabos, fibra ótica, estruturas arqueo- lógicas, abatimentos vazios e cavidades, no subsolo e até tanques de combustível, etc. Obter toda a informação sobre a geologia dos terrenos, o grau de humidade, o seu comportamento à ação das águas, como identificar e evitar áreas muito congestionadas no traçado de novas infraestruturas, localizar as já desativadas ou até desconhecidas, condicionantes de novos trabalhos, abrir valas, furos, sondagens, escavações, a necessidade de pevenir a profusão simultânea de trabalhos e definir o plano de prevenção para os riscos identificados: a) Deslizamentos de solos por alteração do equilíbrio natural do terreno devido à introdução de vibrações excessivas com consequentes soterramentos; b) Aluimento de solo escavado (por exemplo, inertes deposi- tados na bordadura da escavação inclinação inadequada do talude, infiltrações de água, condições atmosféricas etc.); TÉCNICA 88 Valas e escavações: mitigar a perturbação e impacto Manuel Martinho | Engenheiro de Segurança no Trabalho