DOSSIER AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS 80 Acrescentou que, na Signify, há o objetivo claro de, em 2020, «ser- mos completamente neutros em carbono». «Se houver uma adoção em massa da tecnologia LED, as emissões mundiais provenientes da iluminação elétrica podem ser reduzidas». Ricardo Martins sublinha que «se olharmos para o panorama das cidades, vemos que a ligação é algo que está presente em todos os nossos espaços públicos, escritórios, nas nossas casas, etc., e a tendência é que haja uma intensificação maior das cidades. Nos próximos anos vamos construir o equivalente a 40 “Nova Iorques”. Isto vai colocar muito stress nas nossas cidades e temos de tornar medidas mais inteligentes. E realço que, com iluminação LED, con- seguimos reduzir os consumos e as emissões em cerca de 50 a 70%». O responsável da Signify disse ainda que «a iluminação pública está por todo o lado mas a conectividade não está». «Estamos num momento único das nossas vidas, onde temos a oportunidade, com um modelo de negócio sustentável, de fazer a renovação de todo o parque de iluminação pública. E são muitas luminárias. A nível mundial estimamos que existam 300 milhões de luminárias, em Portugal a estimativa situa-se entre 3 a 4 milhões. E esta iluminação corresponde a cerca de 40% do consumo de uma cidade. Temos um parque extremamente agressivo, com mais de 20 anos. É essencial acrescentar tecnologia e como é que esta pode ser alavancada para outros setores. Temos de fazer este caminho mas defendemos que toda a infraestrutura pública – exterior ou interior – deve estar conectada», concluiu. O caso da GoParity Nuno Brito Jorge, da GoParity, falou da importância do trabalho de crowdfunding levado a cabo pela GoParity, afirmando que «há gerações que estão cada vez mais conscientes para o problema da redução das emissões de CO2». A GoParity, plataforma nacional de investimento em sustentabili- dade, «dá a qualquer pessoa a possibilidade de emprestar dinheiro a projetos que tenham impacto e alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas a partir de tão pouco, como por exemplo, 20 euros», explicou Nuno Brito Jorge. «Com isso, empresto dinheiro a uma empresa que pretende montar painéis solares ou soluções de eficiência energética, comprar frota elétrica, e depois recebe o retorno daquele investimento», vinca. Atualmente, a plataforma conta com mais de 3000, sendo que 23% do capital investido na GoParity tem origem em pessoas que não vivem em Portugal. Com 1,5 milhões de euros investidos já tem na carteira um total de 27 projetos, levando à Fundação Cidade de Lisboa, dois exemplos desses projetos, um na Escola Sueca de Lisboa e outro na Cerâmica de Pegões. Nuno Brito Jorge lembrou que a GoParity conta com licença de intermediação em financiamento colaborativo pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Criada nos primeiros meses de 2017, a plataforma tem como objetivo facilitar o financia- mento de projetos na área da sustentabilidade e do impacto social, através da obtenção de empréstimos a cidadãos e empresas. Durante todo o dia, foram debatidos neste seminário da APEMETA temas como “contratos de desempenho energético”, “financiamento para a eficiência energética” e “oportunidades no Portugal 2020”. Foram ainda dados a conhecer, na parte da tarde, casos de sucesso na área das smart cities, como o exemplo de “Tomar, uma cidade inteligente e recetiva”, “Sharing Cities, Lisboa” e “Smart Cities e a transição energética – casos de sucesso da EDP Distribuição”. • Ricardo Martins, da Signify. Nuno Brito Jorge durante a sua intervenção.