REPORTAGEM | XXI SIMPÓSIO LUSO-ALEMÃO DE ENERGIA 2019 70 tos fantásticos». «A radiação solar é a mais alta da Europa em Portugal mas parece-nos que existem poucas instalações», aler- tou, lembrando que as instalações da marca também servem a mobilidade elétrica. Merkle realçou que a marca conta com «grandes instalações fotovoltaicas, sendo que procuramos par- ceiros, no caso, também em Portugal». Descarbonização da indústria Ana Isabel de Oliveira, da Direção dos Serviços de Sustentabilidade Energética da DGEG, e Paulo Calau, Diretor de Auditoria de Indústria da ADENE, foram os intervenientes num painel que visou refletir sobre as medidas de eficiência energé- tica e monitorização na indústria no âmbito da descarbonização da indústria. Ana Isabel de Oliveira lembrou que «as metas da União Europeia (UE) traduzem-se em objetivos concretos para Portugal». «Adicionalmente foram adotadas medidas que vão além desses objetivos. Assim, para 2020 as metas da UE-28 são: redução de 20% no consumo de energia, 20% de incorporação de FER no consumo de energia final e a redução em 20% das emissões de gases de efeito de estufa». Segundo a responsável, Portugal tem metas mais ambiciosas, nomeadamente: 31% FER no consumo final bruto de energia, 10% FER nos Transportes e 20% na redução do consumo de energia primária. «A eficiência energética é assumida como uma opor- tunidade para concretizar uma transição para uma economia neutra em cabono», disse, lembrando que ao mesmo tempo «gera crescimento, emprego, oportunidades de investimento, possibi- lita o desenvolvimento e modernização e é uma forma de energia mais limpa e barata». Ana Isabel Oliveira afirmou ainda que «com o objetivo de alcan- çar a neutralidade carbónica em 2050, e em linha com as metas da UE, são estabelecidos metas e objetivos para Portugal para o hori- zonte 2030: Emissões GEE (-45% A -55%), Eficiência Energética (35%), Renováveis (47%), FER - Transportes (20%) e Interligações elétricas (15%)». Dar prioridade à eficiência energética (meta no horizonte 2030) é outro intento, sublinhou. Para tal é essencial: • Forte aposta na requalificação e renovação do edificado e pro- moção dos edifícios NZEB; • Promoção de eficência nos equipamentos, produtos e serviços; • Reforço da eficiência energética no setor industrial, promo- vendo a competitividade das empresas; • Continuação da promoção da eficiência energética na Adminis- tração Pública; • Enfoque no combate à pobreza energética; • Promover as comunidades energéticas. Desenvolvimento económico "Perspetivas da eficiência energética nas empresas industriais em Portugal - desafios e oportunidades" foi outro painel em debate no XXI Simpósio Luso-Alemão de Energia, Eficiência Energética e Energias Renováveis na Indústria". «Só conseguimos vencer a batalha da descarbonização e da eficiência energética se houver desenvolvimento econó- mico», começou por dizer Jaime Braga, assessor da direção da Confederação Empresarial de Portugal (CIP). E acrescentou que «a mentalidade reinante em Portugal é contrária ao que preci- samos. É essencial o mínimo de desenvolvimento e estabilidade económica. Tudo, para podermos ter o mínimo de capacidade de escolha», afirmou. Disse ainda que «a eletrificação por decreto, a todo o custo, não é uma boa opção. Não transformemos a energia numa religião. É um assunto demasiado racional e humano para isso». Zenaida Mourão, investigadora coordenadora do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), abordou a utilização da digitalização e do Big Data, ferramentas importantes de gestão na área da Indústria e também das renováveis. De referir ainda que este simpósio bilateral promoveu a partilha de informações sobre as novidades em matéria de eficiência energé- tica e energias renováveis para o setor da indústria em Portugal e na Alemanha. Evento contou com o apoio do Ministério da Economia e Energia Federal Alemão e foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã. •