REPORTAGEM | NAVIGATOR a The Navigator Company decidiu ser mais ambiciosa e antecipar em 15 anos as metas fixadas. Sendo o desafio das alterações climáticas uma prioridade, a Navigator criou o seu próprio roteiro para a neutralidade car- bónica, o qual envolve um conjunto ambicioso de investimentos em energias renováveis e novas tecnologias, que permitirão reduzir as emissões de CO2 e a plantação de floresta de modo a realizar a compensação das emissões não passíveis de eliminar. O Secretário-Geral das Nações referiu ainda que «a participação ativa do setor empresarial é essencial. Conto com a vossa liderança e o vosso apoio». As florestas, sob gestão da The Navigator Company em Portugal, têm um stock de carbono, excluindo o carbono no solo, equivalente a 5,4 milhões de toneladas de CO2. Este montante é o equivalente às emissões que seriam geradas por 1,5 milhões de carros a percor- rer uma distância equivalente ao perímetro do planeta. A Navigator, nas suas áreas de proteção da natureza (cerca de 11 mil hectares, mais de 10% da área total), protege um total de 235 espécies de fauna e 740 espécies de flora, um número de espécies protegidas que tem vindo a aumentar, contrariando a tendência mundial em que o número de espécies protegidas está a diminuir. No início deste ano, a The Navigator Company foi a única empresa portuguesa a receber a classificação de líder global no combate às alterações climáticas, pelo Carbon Disclosure Project (CDP), alcançando um lugar de destaque na lista “A” desta organização internacional. A Companhia foi reconhecida pela sua atuação, em 2018, ao nível da redução de emissões, diminuição dos riscos cli- máticos e desenvolvimento de uma economia de baixo impacto de carbono. O Fórum de Sustentabilidade da The Navigator Company é uma iniciativa que visa potenciar a colaboração entre a Navigator e as várias entidades e personalidades que fazem parte da sua esfera de atuação, desde organizações da sociedade civil a universida- des, passando por clientes e fornecedores. O Fórum de Sustentabilidade reúne duas vezes por ano, com uma sessão dedicada aos membros permanentes e outra alar- gada a vários stakeholders. As sessões alargadas têm um tema central, alvo de debate e aprofundamento, contribuindo para a formulação da política corporativa e estratégica em assuntos de responsabilidade social e ambiental, potenciando plataformas de entendimento e cooperação entre a Navigator e os seus principais stakeholders. No total, já se realizaram oito sessões que contaram com mais de 600 participantes. «Custos são avassaladores para o erário público» João Castello Branco, CEO da The Navigator Company, salien- tou na sua intervenção que, «nunca como hoje as alterações climáticas foram tão importantes também para as empresas». «É fundamental trabalhar em parceria. Neste sentido, a The Navigator está bem posicionada para travar este combate. A nossa matéria-prima é a floresta e o nosso produto final é biode- gradável e reciclável», salientou. 13 Também o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, realçou a importância do combate às alterações climáticas e a necessi- dade de trabalhar afincadamente no Roteiro para a Neutralidade Carbónica, lembrando que Portugal foi o primeiro a apresentar o documento, decisivo para a redução de emissões até 2050. O governante recordou vários exemplos que sucederam nos últimos anos, fruto das alterações climáticas e também do aquecimento dos oceanos, entre eles o Furacão Lorenzo, que atingiu recentemente os Açores, mas também os incêndios de 2017, em Portugal, o furacão Leslie e o ciclone Idai que fustigou Moçambique. «Os custos de lidar com as consequências destes fenómenos são avassaladores para o erário público. É, pois, essencial investir na floresta, aumentar a nossa mancha verde e uma boa articulação entre setores público e privado», afirmou Pedro Siza Vieira. Também Filipe Duarte Santos, especialista em Alterações Climáticas, relembrou, com dados científicos, o panorama negro que temos em matéria de ocorrências mundiais. Para o também presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) «os esforços europeus nesta matéria são de louvar» porque «são encorajadores» e vincou que as florestas têm aqui também um papel decisivo para mitigar o problema e atingir a neutralidade carbónica que necessitamos. Recorde-se que o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 pretende dar resposta ao objetivo definido a nível nacional, na Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP22), em Marraquexe. Nesta conferência, o país comprometeu-se a ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa (GEE) até ao final da primeira metade do século. •