Info

Associação completa, em 2020, uma década ao serviço do setor das janelas, portas e fachadas eficientes

"Na próxima década a ANFAJE continuará com energia e empenho redobrados"

Entrevista: Ana Clara | Jornalista e Diretora21/04/2020

A Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes (ANFAJE) comemora, em 2020, dez anos de existência. Nesta entrevista, o seu presidente, João Ferreira Gomes, faz uma retrospetiva desta última década e analisa o caminho percorrido pela associação até hoje. Os desafios que se seguem e a radiografia do setor são outros dois temas abordados nesta entrevista, que marca o lançamento da Revista Novo Perfil em Portugal.

Nota: Esta entrevista foi realizada no início de fevereiro de 2020. A mesma deve ser lida à luz desse tempo.

Imagen

Novo Perfil: Como avalia esta última década ao nível do trabalho da ANFAJE?

João Gomes: Os primeiros dez anos da ANFAJE foram marcados por uma intensa atividade na defesa e promoção das vantagens relativas à instalação de novas janelas, portas e fachadas eficientes e na criação de valor para estes produtos. Além disso, nos últimos anos, o trabalho da ANFAJE intensificou-se no que diz respeito à aquisição e atualização de conhecimentos técnicos dos profissionais do setor. Esta área será estratégica para o desenvolvimento do setor, razão pela qual pretendemos investir na formação e qualificação profissional, através de ações que iremos desenvolver já este ano, através da ACADEMIA ANFAJE. A par de pretendermos melhorar a qualificação profissional do setor, a ANFAJE procurou, igualmente, promover o combate à concorrência desleal. Para isso, em todos os projetos e iniciativas públicas de apoio à melhoraria da eficiência energética dos edifícios houve exigências ao nível dos Alvarás e Certificados do IMPIC. Outra das atividades fundamentais da ANFAJE, tem sido a participação em diversos fóruns, nos quais, a associação tem sempre apresentado propostas que promovam a sustentabilidade e o crescimento da atividade do setor e das suas empresas. Por último, gostaria de referir o valioso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do Gabinete Técnico da ANFAJE, o qual procura aprofundar e difundir as principais informações técnicas que dizem respeito a várias áreas do setor.

Que desafios e dificuldades foram superados pelo setor e de que forma hoje as empresas estão mais robustas?

Os principais desafios e dificuldades decorreram, sobretudo, durante o período da grave crise económica, entre 2010 e 2016, e que levou ao encerramento de muitas empresas do setor. Esse período difícil, foi marcado por uma gestão de crise, evidenciada na existência de uma fraca procura e investimento, o que resultou na dificuldade em manter a sustentabilidade da atividade de muitas empresas. Além disso, foram anos marcados pela falta de incentivos à decisão de investimento na melhoria das habitações e pela falta de políticas e programas que estimulassem a aplicação de medidas sustentáveis para a melhoria da eficiência energética dos edifícios, nomeadamente a substituição das janelas antigas através da instalação de novas janelas eficientes. Porém, como em qualquer crise, houve também a possibilidade das empresas do setor se reorganizarem e reinventarem para, assim, poderem prosperar na nova realidade económica. Para isso, as empresas do setor apostaram na Qualidade, na inovação dos seus produtos e dos processos de fabrico, reestruturaram as suas relações comerciais e apostaram na internacionalização.

Nestes dez anos, a atividade económica do país, como em todos os setores, também influenciou certamente o setor das fachadas e janelas. De que forma é que as empresas lidaram com estas crises?

Felizmente, os empresários do setor perceberam rapidamente que a alternativa, perante a realidade económica do país, seria a aposta e o reforço da exportação e, nalguns casos, a internacionalização. E fizeram-no, competindo com soluções com requisitos de maior qualidade no desempenho dos produtos e com exigências de certificação. Este foi o caminho que as empresas tiveram de percorrer: procurar novos produtos e apostar em novos serviços, enquanto procuraram novos mercados para exportar e internacionalizar. A partir de 2018, assistimos ao “boom” da reabilitação urbana e aí, sim, as empresas do setor voltaram a apostar no mercado nacional, com fortes e positivas perspetivas de crescimento. As empresas começaram a investir mais nas suas unidades produtivas e a contratar mais profissionais para dar resposta à crescente procura. Neste momento, podemos dizer que esses tempos mais difíceis já passaram, mas isso não significa que não tenhamos de estar sempre preparados para tempos menos bons.

Que tipo de eventos/atividades levadas a cabo pela ANFAJE nestes dez anos ajudaram a criar sinergias com o setor? Que mais-valias e impacto considera que tiveram essas iniciativas junto dos profissionais?

A ANFAJE, enquanto associação empresarial representante do setor das janelas, portas e fachadas, sempre procurou defender os interesses das empresas, apoiando-as na sua atividade. Nos últimos dez anos, foram muitos os eventos e atividades promovidas pela ANFAJE para divulgar as vantagens das janelas, portas e fachadas eficientes para assim, as empresas, conseguirem vender mais e melhor. A par disso, a ANFAJE organizou vários workshops e seminários técnicos para melhor capacitar as empresas e os seus profissionais, ajudando nomeadamente a esclarecer dúvidas quanto à Marcação CE, à correta instalação das janelas e à utilização e colocação da Etiqueta Energética nos seus produtos. Nos Encontros Nacionais, a ANFAJE procurou debater as oportunidades e desafios, bem como transmitir os principais projetos e apostas para o setor, quer a nível nacional, quer a nível europeu.

A ANFAJE iniciou atividade com cinco empresas associadas. Hoje quantas são e que setores são mais representativos?

A ANFAJE teve um núcleo fundador constituído por cinco empresas. Entretanto, rapidamente esse número foi sempre crescente. Atualmente, a ANFAJE conta com 75 empresas associadas, sendo que os setores mais representativos são o fabrico de janelas e o fabrico de sistemas. No entanto, a ANFAJE conta também com muitas empresas ligadas à comercialização de ferragens e acessórios, ao fornecimento de soluções de vidro, de películas para vidro, de soluções de painéis de porta, de automatismos, de isolamentos para perfis e de selantes e mástiques. Tem também uma empresa ligada à maquinaria para o setor e uma empresa que se dedica exclusivamente à curvatura de perfis.

Imagen

As necessidades das empresas hoje são diferentes de há dez anos. No seu entender, o que mudou na forma como as empresas se posicionam no mercado nacional?

Em dez anos muito mudou no setor. Se nos tempos de crise, as empresas apostaram na exportação e na internacionalização, nos últimos dois anos, assistimos a uma forte aposta no mercado interno, devido ao enorme crescimento da reabilitação urbana e do investimento, sobretudo ao nível do cliente particular. E aqui deu-se a grande mudança. As empresas tiveram de adaptar todos os seus métodos de venda, técnicas comerciais e de relação com o cliente particular, alterando também as suas estratégias comerciais e de marketing. As empresas que normalmente apenas trabalhavam obras de maior dimensão tiveram de adaptar-se a obras de menor escala e feitas sobretudo na área residencial. Além disso, algumas empresas de menor dimensão acabaram por se tornar empresas exclusivamente instaladoras de janelas já que os seus custos de produção tornaram difícil a sua competitividade face a outras empresas de maior dimensão.

Em relação à reabilitação urbana, este impulso no país contribuiu para fomentar a atividade das empresas do setor das fachadas e janelas?

Sim. O crescimento da atividade da fileira da construção e do imobiliário, sobretudo o aumento da reabilitação de edifícios, fomentou muito a recuperação da atividade das empresas do setor. De facto, tendo em conta o enorme dinamismo que a reabilitação urbana assumiu, sobretudo em Lisboa e Porto, fez com que as empresas garantissem o aumento do seu volume de negócios, com novas perspetivas para o presente e para o futuro. Além disso, o setor também beneficiou de um novo ciclo de confiança existente no país, no aumento do ciclo de investimento e no crescimento da atividade da construção.

O segmento da construção nova representa também uma boa oportunidade para as empresas?

Claro que sim. Neste momento, a par da continuação de obras de reabilitação de edifícios, assiste-se ao investimento em novos empreendimentos, quer de habitação, quer de serviços. Aliás, a necessidade de novas habitações a custos acessíveis para as classes médias portuguesas exige a construção de novos edifícios.

Ao nível de materiais e tecnologias, de que forma também se evoluiu?

Ao nível dos materiais e tecnologias, o setor das janelas eficientes também evoluiu bastante, quer no que diz respeito ao seu desenvolvimento tecnológico, quer no que diz respeito aos seus métodos de instalação, também eles cada vez mais eficientes. Atualmente, há uma grande aposta na eficiência dos processos produtivos, na sustentabilidade e na produção de soluções de janelas que possam incorporar novas soluções de domótica. Novos materiais e tecnologias que permitiram dar resposta às necessidades das chamadas ‘casas inteligentes’. Por último, temos de referir o enorme salto qualitativo das janelas quanto ao seu valor de transmissão térmica (Uw). Este valor tem vindo a ser cada vez menor, permitindo um elevado desempenho energético das janelas, atestado pela Etiqueta Energética de janelas CLASSE+, com a classe energética «A+».

A formação é sempre tida como um vetor importante em qualquer atividade económica. No caso da ANFAJE que radiografia faz das aptidões e formação dos profissionais? Que lacunas há ainda a melhorar?

De facto, a ANFAJE considera a formação e a qualificação profissional como um dos fatores estratégicos para o desenvolvimento e crescimento da atividade económica empresarial. Colaboradores mais qualificados e aptos a dar resposta aos desafios do mercado permitem aumentar a competitividade das empresas. Colaboradores mais preparados permitem ter empresas mais preparadas para todos os desafios e oportunidades existentes no presente e no futuro. Por isso, a ANFAJE já organizou vários seminários técnicos, workshops e encontros relativos às áreas técnicas (como a Marcação CE), às áreas Comercial e de Marketing, à qualidade da instalação e ao aumento das competências na área da gestão. Quanto à radiografia das aptidões dos profissionais do setor, neste momento consideramos que estamos muito melhores. No entanto, a formação e a qualificação dos diversos profissionais devem ser permanentes. Aliás essa será uma das tarefas da ACADEMIA ANFAJE. Quanto às lacunas ainda a melhorar, destacamos a formação e qualificação em novas áreas que começam a ter uma importância crescente: os sistemas BIM, a digitalização crescente dos processos e um tema extremamente importante que diz respeito ao reforço das capacidades de gestão e liderança dos projetos das empresas.

O crescimento da atividade da fileira da construção e do imobiliário, sobretudo o aumento da reabilitação de edifícios, fomentou muito a recuperação da atividade das empresas do setor. Tendo em conta o enorme dinamismo que a reabilitação urbana assumiu, sobretudo em Lisboa e Porto, fez com que as empresas garantissem o aumento do seu volume de negócios, com novas perspetivas para o presente e para o futuro

Falando da internacionalização das empresas. Em que ponto está este segmento no setor? Exportamos? Para que mercados?

Relativamente à internacionalização tem havido algumas empresas portuguesas que têm aberto negócios seus fora de Portugal. No entanto, o número dessas empresas ainda é bastante reduzido, sobretudo devido à falta de escala da maioria do tecido produtivo. Por isso, muitas delas continuam apenas a apostar e reforçar a sua capacidade exportadora a partir de Portugal, sem que tenham atividade permanente noutros países.

Para a próxima década quais são os objetivos da ANFAJE e de que forma se pode esperar a evolução do setor?

Na próxima década, a ANFAJE, continuará com energia e empenho redobrados, a dar continuidade aos projetos que tem em curso e a iniciar novos projetos. Pretendemos continuar a promover a cooperação através do reforço das parcerias existentes e na criação de novas. Por outro lado, pretendemos manter os nossos compromissos de representação do setor e de divulgação das vantagens das janelas, portas e fachadas eficientes. Ao fim de dez anos, a ANFAJE ganhou notoriedade e prestígio e sabe que tem de continuar a reforçar-se através do seu empenho permanente, quer nas atuais atividades quer em futuros projetos. O setor irá ter alguns desafios e oportunidades importantes, nomeadamente todos os que dizem respeito à denominada Economia Digital e Economia Circular, a crescente automatização dos processos de fabrico, o desenvolvimento tecnológico dos produtos e serviços, a aplicação de novos métodos de instalação, a falta de mão-de-obra e a sua qualificação, a par com a continuada concorrência desleal. Assim, esperamos que a próxima década continue a ser de consolidação e desenvolvimento de um ciclo de inovação para as empresas do setor. A ANFAJE continuará, como sempre, a ser um agente de dinamização, promoção e cooperação entre todos, porque acreditamos que “sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos podemos sempre ir mais longe”.

Atualmente, há uma grande aposta na eficiência dos processos produtivos, na sustentabilidade e na produção de soluções de janelas que possam incorporar novas soluções de domótica. Novos materiais e tecnologias que permitiram dar resposta às necessidades das chamadas ‘casas inteligentes’

Por fim, gostava de saber como olha para este novo projeto editorial, a Novoperfil Portugal, já que esta é a edição n.º1 e que expectativas tem para impulsionar e ajudar também o setor?

É com enorme satisfação que a ANFAJE assiste à publicação da edição n.º 1 deste novo projeto editorial, única e exclusivamente dedicado ao setor da envolvente dos edifícios. Enorme satisfação porque, desde o primeiro dia, foi com um grande entusiasmo que se tornou parceira e apoiante da Novoperfil Portugal. Estamos ainda bastante gratos pela Novoperfil poder constituir-se como a sua porta-voz oficial, ajudando a fazer chegar a nossa informação a todas as empresas do setor. A Novoperfil terá uma enorme importância e utilidade para as empresas e profissionais do nosso setor, na medida em que permitirá ampliar a divulgação de informação exclusiva sobre o setor, apresentar novidades e novos conhecimentos específicos do setor. Um projeto editorial que contará sempre com o apoio da ANFAJE para que possa ir mais longe e ajudar a reforçar a notoriedade e prestígio de um setor extremamente importante para a economia portuguesa e para a fileira da construção e do imobiliário.

foto

Empresas o entidades relacionadas

Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes - ANFAJE

Comentarios al artículo/noticia

Nuevo comentario

Atención

Los comentarios son la opinión de los usuarios y no la del portal. No se admiten comentarios insultantes, racistas o contrarios a las leyes vigentes. No se publicarán comentarios que no tengan relación con la noticia/artículo, o que no cumplan con el Aviso legal y la Política de Protección de Datos.

Advertencias Legales e Información básica sobre Protección de Datos Personales:
Responsable del Tratamiento de sus datos Personales: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Gestionar el contacto con Ud. Conservación: Conservaremos sus datos mientras dure la relación con Ud., seguidamente se guardarán, debidamente bloqueados. Derechos: Puede ejercer los derechos de acceso, rectificación, supresión y portabilidad y los de limitación u oposición al tratamiento, y contactar con el DPD por medio de lopd@interempresas.net. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar una reclamación ante la AEPD.

Suscríbase a nuestra Newsletter - Ver ejemplo

Contraseña

Marcar todos

Autorizo el envío de newsletters y avisos informativos personalizados de interempresas.net

Autorizo el envío de comunicaciones de terceros vía interempresas.net

He leído y acepto el Aviso Legal y la Política de Protección de Datos

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Suscripción a nuestra(s) newsletter(s). Gestión de cuenta de usuario. Envío de emails relacionados con la misma o relativos a intereses similares o asociados.Conservación: mientras dure la relación con Ud., o mientras sea necesario para llevar a cabo las finalidades especificadasCesión: Los datos pueden cederse a otras empresas del grupo por motivos de gestión interna.Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: contacte con nuestro DPD. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Más información: Política de Protección de Datos

REVISTAS

VÍDEOS DESTACADOS

  • Robot cristalero instalando

    Robot cristalero instalando

  • PTA Hannoband 3E Easy

    PTA Hannoband 3E Easy

TOP PRODUCTS

NEWSLETTERS

  • Newsletter Cerramientos y Ventanas

    16/04/2024

  • Newsletter Cerramientos y Ventanas

    09/04/2024

ENLACES DESTACADOS

Asefave

ÚLTIMAS NOTICIAS

EMPRESAS DESTACADAS

OPINIÓN

ENTIDADES COLABORADORAS

OTRAS SECCIONES

SERVICIOS